terça-feira, 3 de maio de 2011

Eles deram a volta por cima...

Elano reverencia Ganso em seu retorno perfeito

A lesão do "LCA" é muito comum no meio esportivo e o retorno às atividades é sempre uma superação emocionante. 

Rodrigão, do vôlei, Juliana, do vôlei de Praia e o caso mais famoso de 2011, Paulo Henrique Ganso, jogador de futebol do Santos FC, são alguns dos esportistas que passaram por esse tipo de cirurgia.

A partir de hoje, o blog Darlan13.com vai mostrar a volta por cima dos craques do esporte mundial, que venceram essa temida lesão e "ensaiar" para o retorno do ala Darlan dentro de alguns meses...

PAULO HENRIQUE GANSO - O DIA DO RETORNO (11/03/2011)
Quanto tempo é necessário para que um jogador mude o destino de uma partida? Depende do jogador, evidentemente. Se ele for um craque como Paulo Henrique Ganso, 27 segundos bastam. Azar do Botafogo, vítima do meia em seu retorno após quase sete meses longe dos campos por causa de uma terrível lesão no joelho esquerdo. Sorte do futebol brasileiro.

“Foi maravilhoso, com a torcida me aplaudindo de pé desde o início. Fico feliz por ter retribuído em campo”, disse o camisa 10 da Seleção Brasileira — segundo o próprio técnico Mano Menezes. Seu amigo Neymar ficou emocionado. “Acompanhei esses sete meses (de tratamento) e até dá vontade de chorar. Quando ele fez o gol, falei: ‘Você merece, você é o cara’.”

Mais de 12 mil pessoas pagaram para entrar na Vila Belmiro e assistir ao duelo entre Santos e Botafogo. Um público grande para um time que recentemente disputou um jogo de Libertadores com pouco mais de seis mil pessoas no estádio. E que ninguém duvide: essas pessoas foram ontem à Vila para ver Ganso. Sim, o meia já atingiu esse nível de excelência que faz uma torcida sentir uma alegria genuína pela chance de vê-lo novamente no gramado.

Conforme planejado, Ganso começou o duelo no banco de reservas, com o número 16 às costas. Como esperado, todos os olhares se dirigiram a ele quando o time entrou em campo. Os 11 jogadores santistas que começaram a partida eram apenas coadjuvantes.

O primeiro tempo (provavelmente não) ficará marcado na memória de quem viu o jogo como aquele período enfadonho em que Ganso não esteve em campo. O Santos parecia apenas matar o tempo enquanto o craque não entrava em campo e o Botafogo, além de bater com gosto, mostrou incompetência para aproveitar as chances que teve para abrir o placar.

Vamos, então, ao que interessa: o segundo tempo.
Ganso entrou no intervalo e, quando o juiz mandou o jogo recomeçar, apareceram os tais 27 segundos mencionados no começo deste texto. Foi esse exíguo espaço de tempo que o craque precisou para mostrar sua mágica: um passe fantástico para Zé Eduardo, que rolou para Elano marcar o primeiro gol da noite. Naquele instante, enquanto comemorava, a torcida santista teve uma prova concreta da falta que ele fez.

A presença de Ganso mudou completamente o astral do time santista e estádio. De repente, o Santos voltou a se sentir imarcável. E tinha mais: aos oito minutos, Ganso fez seu gol como se fosse um centroavante. Retorno perfeito. O jogo poderia ter acabado ali, mas não acabou, é claro, e Ganso teve tempo para fazer jogadas de alta classe. As chances de gol foram aparecendo naturalmente. Se a pontaria estivesse um pouco melhor, a Vila veria uma goleada. Ah, em tempo: o Botafogo fez seu gol no finzinho, mas ninguém se importou.

Antes que as cortinas se fechassem, um toque de drama: o afoito Fernando Miguel bateu sem dó no joelho operado e Ganso se contorceu no chão. Pânico na Vila! Pouco depois, no entanto, ele se levantou como se nada houvesse acontecido. Alívio. Nada iria estragar a noite perfeita de um craque renascido.

(Foto: Paulo Pinto/AE,  Texto: Mateus Silva Alves)

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